quinta-feira, 30 de maio de 2013

"Quantas Copas para uma Copa?"

Foto de Guilherme Justino
Fonte: http://noticias.terra.com.br
Foi reiniciado nesta quarta-feira, 29 de maio de 2013, às 5h da madrugada o corte das árvores que vivem nas imediações do Gasômetro, para a duplicação da Avenida Edvaldo Pereira, mais conhecida como Beira-Rio. Mesmo após inúmeras manifestações da população porto-alegrense contra a remoção das árvores, a prefeitura retirou a força os manifestantes que ocupavam a mais de 40 dias o espaço em prol das árvores.
Os manifestantes que resistiram a desocupação foram levados ao 9º Batalhão de Polícia Militar para registro de ocorrência. A ação foi bastante criticada: "Foi tudo na surdina, à noite, os jovens foram pegos de surpresa. Inclusive eles foram algemados, estamos aqui cuidando da liberação deles. Isso nos espantou, essa forma autoritária como a prefeitura agiu. Esse modelo não vai embelezar ou melhorar nossa cidade", disse Sofia Cavedon à Rádio Gaúcha.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Trecho de diário de campo do dia 23/03/2013

"Um sábado onde o espaço percorrido atinge outro tempo"



Fundo de Origem: BIEV/LAS/PPGAS
Fonte:  Antropologia da memória do trabalho na cidade moderno-contemporâneo. CAPES 2009. Coordenação Dr. Cornelia Eckert.
Autora: Renata Ribeiro


Mercado Público
Barcos circulam onde hoje fica a Av. Julio de Castilhos.
Fundo de Origem: BIEV/LAS/PPGAS
Fonte: Acervo Museu José Joaquim felizardo - Biblioteca Sioma Breitmann
Olhei ao redor: a fonte, a prefeitura, o mercado e busquei me transportar para aquelas antigas imagens, tentando reconstituir em minha mente aquele espaço: caminhei de um canto ao outro, encontrei em meus pensamentos, a doca das frutas e o caminho do bonde. A população que hoje circula distante do lago, nestas antigas imagens relacionavam-se diretamente com ele, pois naquele tempo, o mesmo tomava conta deste espaço, cercando quase que todo o mercado. Onde hoje fica o terminal de ônibus Parobé, havia a antiga doca das frutas.  A Av. Mauá e a Av. Siqueira Campos ainda não existiam, pois o lago estendia-se quase que até as portas do mercado. As atividades da população portoalegrense neste período eram essencialmente voltadas para o Lago “Rio Guaíba”. 
Antiga Doca das Frutas ao lado do Mercado Público.
Fundo de Origem: BIEV/LAS/PPGAS
Fonte: Acervo Museu José Joaquim felizardo - Biblioteca Sioma Breitmann


Voltei a caminhar seguindo em direção ao cais, pela a Av. Mauá. O movimento e o barulho de automóveis era intenso. Cheguei a Praça da Alfândega ou antiga Praça da Quitanda (onde, outrora comerciantes e quitandeiros se reuniam para vender seus produtos) e observei a arquitetura daqueles diversos prédios antigos que mais parecem “bolos de noiva” imensos. Novamente volto às minhas coleções de fotos, busco nas imagens os antigos prédios.
Antigos prédios da Delegacia Fiscal e dos Correios e Telegraphos
Fundo de Origem: BIEV/LAS/PPGAS
Fonte: Acervo Benno MentzOlavo Ramalho Marques - Envelope Calegare
O prédio da Alfandega e posteriormente da Delegacia Fiscal abriga hoje, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, o prédio dos Correios e Telégrafos, ou melhor, Telegraphos com ph é hoje o Memorial do Rio Grande do Sul, a velha sede do Banco Sul Brasileiro e depois Banco Meridional agora abriga o também banco, Santander Cultural. Fotografo os prédios, a paisagem, o movimento: pessoas trabalhando, outras sentadas, muitos homens jogando dama (com direito a plateia), eu  percebo até mesmo um flerte, um velhinho dá migalhas aos pombos e há também aqueles que andam  por ali como se este fosse somente um corredor de passagem, para chegar em seus destinos. Percebo que mais pessoas também possuem câmeras em suas mãos buscando enquadrar aquelas belas e antigas arquiteturas, pois este espaço há algum tempo é considerado o centro histórico da cidade e, por conseguinte, um importante espaço turístico da capital. Indago-me: De que forma a revitalização do Cais atingirá este espaço intrinsecamente ligado ao Porto?

quarta-feira, 20 de março de 2013

Momento num Pôrto que Renasce

Fundo de origem: BIEV/LAS/PPGAS
Fonte:  Revista do Globo
Data: 24 agosto de 1946

Página 48
Página 49
"Por dentro e por fora do pôrto se nota muita coisa que esteve a ponto de ser esquecida à força de não existir durante logo período. Por fora, as pilhas e volumes enchendo as plataformas dos armazéns, uns e outros do dia inteiro devorados pelos caminhões enfileirados; por dentro, a fila de mastros paralela à fila de armazéns.
Já se disse até que as instalações do pôrto se tornaram insuficientes. Isto é uma verdade, pois tem acontecido, em mais de uma ocasião nestes últimos meses, que um, dois e mesmo três navios precisam de esperar a vez de atracar. Por outro lado, muito artigo já se tem estragado ao sol e à chuva por não encontrar local de armazenagem.
É bem possível que muitas causas, principalmente a guerra, tenham divertido as atenções que se deveriam fixar no importante problema de manter um pôrto à altura das necessidades de qualquer época. Com certeza isso será solucionado com a brevidade que é de desejar. Sobretudo, sejamos conformados: se os armazéns estão sempre superlotados, a coisa é um bom sinal, pois impede que ali sejam retidas certas mercadorias, como aconteceu com frequência, por ocasião de manobras altistas (será que isso ainda não acontece?)."


terça-feira, 19 de março de 2013

Explorando o Campo


Fundo de Origem: BIEV/LAS/PPGAS
Fonte:  Antropologia da memória do trabalho na cidade moderno-contemporâneo. CAPES 2009. Coordenação Dr. Cornelia Eckert.
Autora: Renata Ribeiro


Desci do ônibus e segui em direção a Rua Dr. Flores que nesta hora já se encontrava funcionando a todo vapor. Parei por alguns minutos e observei o movimento. Gosto de ver aquele monte de gente dos mais diversos lugares se movimentando. Alguns se dirigindo ao trabalho, outros já no trabalho, nas portas das lojas vendendo o seu produto e gritando: “aqui é mais barato, freguesa!”. Outras pessoas, especialmente na Rua Otávio Rocha, esquina com a Dr. Flores, sentadas liam o jornal enquanto o engraxate lustrava os seus sapatos. As floristas que se espalhavam ao longo de toda a rua ofereciam rosas das mais variadas cores.

Av. Otávio Rocha, próximo a Rua Dr. Flores.
Imagem 1:  Av. Otávio Rocha, bondes ao fundo. Meados de 1930. 
Fonte: meu-portoalegre.blogspot.com.br/2011/01/blog-post_8146.html
Imagem 2 e 3:  Av. Otávio Rocha atualmente. Fonte: www.centro-de-porto-alegre.info/2011/04/renner.html
Imagem 4:  Av. Otávio Rocha nos anos 1950. Autor Canazaro. 

Continuei caminhando e seguindo em direção ao Mercado Público. Naquela região não existem muitos prédios novos, há somente alguns poucos, o Mercado, o Chalé da Praça XV, e a prefeitura que tem uma arquitetura, que parece um “bolo de noiva”, cheia de babados. Logo, o céu parece maior, pois o campo de visão estende-se mais, o horizonte torna-se maior. Gosto de olhá-lo em meio à agitação da cidade.   

Seguindo em direção ao cais do porto, ainda na região do mercado, eu sentia o vento batendo em meu rosto e ouvia o barulho do saltinho da bota em contato com as pedrinhas colocadas por onde antigamente passava o bonde.  Ao fundo a música do violinista que sempre se encontra em frente ao mercado, misturando-se com a música dos índios que costumam passar o dia ali: tocando, cantando e dançando em troca de moedas. Parei no meio de tudo isso, pois quis observar com mais calma o que ocorria ao meu redor. Apreciando aquela manhã de porto Alegre que para mim é sempre leve e gostosa, apesar da agitação, pensei: “Acho que o centro de Porto Alegre me encanta justamente por causa de toda essa miscelânea de pessoas, com culturas, hábitos e táticas de vida diferenciadas.


Mercado Público
Fundo de Origem: BIEV/LAS/PPGAS  
Fonte: Acervo Benno Mentz Olavo Ramalho Marques - Envelope Calegare 

Voltei a caminhar. Já na Av. Mauá, foi difícil atravessá-la, em virtude da grande quantidade de carros que por lá passam. Cheguei ao Cais, próximo às 8h, entrei no local e caminhei em direção ao lago. Observei que aquele local encontrava-se delimitado por uma fita, que indica até onde os visitantes podem ir. Esta delimitação não tem mais que 20m, acredito. Por ali não havia nenhuma pessoa, o vento soprava forte e alguns pombos voavam baixo. Atracadas encontravam-se duas embarcações (uma delas me parecia ser de passeio e a outra um navio cargueiro). Bati algumas fotos da paisagem. Sentei-me e passei a olhar a água do lago que batia nos cascos das embarcações provocando um som gostoso, calmo. Levantei-me após alguns minutos apreciando a paisagem e segui em direção aos armazéns para ver se encontrava algum trabalhador que pudesse me contar um pouco de suas práticas cotidianas no cais, ou ainda quem sabe, um visitante. 

Quando eu já estava quase decidindo ir embora, encontrei um guardinha que se encontrava quase na entrada do cais. Apresentei-me e expliquei-lhe o que eu estava fazendo ali. Perguntei-lhe o seu nome, disse-me chamar-se (.........). Este era um rapaz de aproximadamente 25 anos, moreno, alto e magro. Também perguntei se o cais era sempre tão calmo. Respondeu-me com cara fechada, acredito que receoso com a minha especulação, que “normalmente nesse horário não tem movimento”. Tentei continuar a conversa, especulando a respeito do seu dia-a-dia naquele local, mas ele não quis dar-me muita conversa. Sucinto, respondeu-me que normalmente é sempre muito calmo por lá. Percebi que ele não estava muito confortável enquanto conversava comigo, talvez por estar em horário de trabalho ou por ser tímido, ou ainda, quem sabe, por estar me achando uma pessoa meio duvidosa.  Despedi-me e resolvi ir embora, devido à circunstância não muito favorável e ao horário, pois ainda deveria ir ao dentista antes de ir ao Campus do Vale. Atravessei a Av. Mauá, novamente com certa dificuldade, e segui em direção a Rua Uruguai, onde eu deveria pegar o ônibus.

Beleza é o que não lhe falta.

Fonte: Banco de Imagens e Efeitos Visuais - UFRGS
Fundo de origem: Revista do Globo 
Ano: 1936

Arquivo Museu Hipólito José da Costa
"Se o leitor já teve a oportunidade de chegar pelo Rio Guaíba e descortinar o panorama que oferece, emoldurado pela cidade, sabe que não é vão o cantar. Sua curva graciosa talhada pela natureza foi bem complementada pelo homem. A ponte móvel, que liga Porto Alegre a Guaíba, serve de apêndice e belvedere, que permite uma agradável visão do porto em perspectiva. Em breve com a construção das Avenidas Dique 1 e 2, que acompanharão o porto em toda sua extensão, do navegantes a volta do Gasômetro, esta beleza ficará ainda mais ressaltada. Mas, tal como já tem-se dito em relação as mulheres, beleza não é tudo. Infelizmente."


segunda-feira, 18 de março de 2013

Plantas de Porto Alegre

Fundo de Origem: BIEV/ LAS/ NUPECS/ PPGAS

Porto Alegre - 1833

Porto Alegre - 1837

Porto Alegre - 1928
 Porto Alegre - 1940

 Projeto de expansão urbana do lado setentrional de Porto Alegre.




domingo, 17 de março de 2013

Salão de Iniciação Científica 2012

Este material foi apresentado no XXIII Salão de Iniciação Científica.
Fundo de Origem: BIEV/ LAS/ NUPECS/ PPGAS.
Fonte: Antropologia da memória do trabalho na cidade moderno-contemporâneo. CAPES 2009. Coordenação Dr. Cornelia Eckert.
Autor: Renata Ribeiro.
Local: Porto Alegre.
Data: 01 de Outubro de 2012.